quinta-feira, 30 de abril de 2015

SEGUNDO EPISÓDIO

                             




Melanie aguardava ansiosamente a viagem para Floripa.E depois de tanta espera,finalmente esse dia havia chegado.Arrumou as suas malas às pressas e partiu com a sua tia para o aeroporto.Embora fosse a sua primeira viagem de avião,Melanie estava muito tranquila e relaxada por estar nas nuvens.E essa sensação talvez fosse pelo fato das recordações das brincadeiras de criança,uma delas era de fingir ser uma aeromoça e essas lembranças disfarçava a sua ansiedade ,pois mal poderia esperar para chegar em Floripa e conhecer toda a história da sua mãe, do seu pai e consequentemente a sua própria história.Assim que chegaram em Floripa, Melanie e a tia pegaram um táxi  rumo a uma antiga casa de pensão que pertencia a madrinha da mãe de Melanie, cujo o endereço se encontrava em uma folha de papel   que Bianca logo tratou de tirar do seu bolso
— Já estamos chegando,tia?

— Calma meu bem,estamos quase chegando.

— Eu não vejo a hora de conhecer o lugar a minha mãe passou a infância e adolescência.

— Não se preocupe,pois  está bem perto de conhecer.

O táxi parou em frente a pensão.A pensão era bem antiga , grande e de andar. Melanie no início havia achado a casa bem estranha,bem assombrado,mas até que era bem legal,pois adorava um clima de mistério suspense,mas a casa não tinha nada de assombrada,pois Bianca foi logo avisando para Melanie que nunca viu e nem ouviu falar de fantasmas naquela casa,mas mesmo assim,Melanie não deixou a curiosidade de lado e logo tratou de tocar a campainha .Ela tocou umas três vezes e nada de alguém dar sinal.

— Será que não tem ninguém em casa?— perguntou Melanie.

— Acho que não.Eu vou ligar pra ela.

Bianca estava procurando o seu celular na bolsa,quando chegou uma vizinha,bem simpática,que logo parou para ajudá-las.

— Olá, bom dia!Eu vi as duas paradas,pensei em não incomodar,mas já incomodando,precisam de alguma ajuda?

—Bom dia! Imagina, a senhora não incomoda nenhum um pouco e enquanto a nós,sim,precisamos de ajuda.

— Então pode falar que irei ajudar.

—Eu e a minha irmã,somos de Curitiba e gostaríamos de saber se há alguém na pensão ou de repente todos saíram.

— Sim,todos saíram.O hóspedes foram trabalhar e Marta  foi  ao supermercado com a sua filha, elas falaram que iria chegar visita e pelo visto já chegaram.

— Acha que elas vão demorar? — perguntou Melanie.

—Elas saíram neste instante,acho que vão demorar um pouco.Está fazendo sol e está muito quente aqui fora e imagino que estejam famintas por causa da viagem,aceitam esperar Marta em minha casa?

—Se não for muito incômodo,mas é claro que aceitamos.

Quando chegaram na casa da vizinha,foram bem tratadas.A dona da casa ofereceu uma deliciosa lasanha e de sobremesa um saboroso pudim  de leite.Bianca e Melanie sentiram-se bem acolhidas.O ambiente era bem familiar,apesar de morar na casa,apenas Rosa e o filho. Rosa enchia-se emoção toda vez que falava do seu filho Bento.Tinha muito orgulho dele por ser um homem de caráter e muito estudioso.Bento era biólogo e estava morando em Manaus,há quatro anos e sempre mandava cartas com fotos e todos o dias telefonava para mãe,mas não era o suficiente para matar a saudades que tinha do filho.Para a Rosa, a saudade é um sentimento  inexplicável e que  quando se mata  não dói.Só dói de alegria.E ela não se aguentava de ansiedade para a chegada do filho em maio no dias das mães, enquanto ela contava sobre ele, ia nos mostrando as fotos quando  filho ainda era criança e adolescente.Uma das fotos que mais chamou a atenção de Melanie foi a foto onde Bento brincava de balanço com uma garotinha muito parecida com a mãe dela e logo tratou de perguntar quem era a garota:

— Como se chama essa garota que o Bento está brincando,dona Marta?

—Ela se chama Lourdes.

— Mas é claro,minha irmã!Lembrei-me que ela costumava muito brincar no balanço com um garotinho.

—A Lourdes era a sua irmã?O Bentinho e ela eram muito amigos.

—Sim,ela me falava muito bem do seu filho,mas costumava chamá-lo de Pepito.

—Isso mesmo.Ela sempre o chamou assim,pois achava que o Bento não tinha cara de Bento e sim  de Pepito.

— Vai entender a minha mãe,não é mesmo?— disse Melanie.

—Tu é a filha da Lourdes?

— Sim.

— Fico impressionada como o tempo passa tão rápido, a última vez que vi Lourdes estava grávida de sete meses e veja como tu está uma moça.Será que posso abraçá-la?

—Mas é Claro que pode!As duas deram um forte abraço. 

Melanie sentiu como se abraçasse a mãe, não era um abraço qualquer,Era um abraço muito familiar e que deu para matar um pouco do abraço maternal da mãe.Depois que se abraçaram,Rosa pegou o telefone para saber se Marta havia chegado e ela já estava em casa.Bianca e Melanie se despediram de Rosa,agradecendo a cordialidade como foram tratadas e Rosa fez um novo convite para as duas para retornarem a fazer uma visita em sua casa.Quando chegaram na pensão,Marta ofereceu comida para as novas hóspedes,mas elas recusaram,pois já haviam almoçado na casa de Rosa.As únicas coisas que não recusaram foi uma boa ducha e cama para dormir,pois estavam muito cansadas. Melanie antes de dormir não conseguia esquecer o abraço que havia dado em Dona Rosa e a foto que a mãe brincava com o Pepito.Ela adorou saber um pouco mais sobre a mãe,mas isso era só o começo de muitas outras histórias que ela iria descobrir.E nem mesmo a ansiedade para descobrir mais sobre a mãe venceu o seu cansaço.E De repente, no piscar de olhos.Ela apagou.